Captação será menor do que a quantidade de água tratada que a Sabesp perde na rede antes de chegar aos consumidores
Apesar de ter recebido dois pareceres técnicos contrários ao licenciamento ambiental para o início das obras de transposição das águas do Rio Itapanhaú para o Sistema Alto Tietê, que é parte do pacote de ações contra a crise hídrica, o governador paulista Geraldo Alckmin (PSDB) pretende obter a autorização do Conselho Estadual de Meio Ambiente (Consema), por meio da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), no próximo dia 27. A Fundação Florestal, autora dos pareceres, considerou que há risco de degradação de uma área "sensível e preservada de Mata Atlântica". As informações são do portal UOL.
"Diante dos elevados níveis de fragilidade ambiental a que estão sujeitos os ambientes que serão afetados pelo empreendimento, bem como aspectos relacionados a espécies ameaçadas de extinção nas Unidades de Conservação, entende-se que as informações apresentadas não permitem uma avaliação apropriada dos impactos gerados", argumentaram os técnicos da entidade, nas negativas da autorização.
O trajeto da transposição passa pelos Parques Estadual da Serra do Mar, Estadual Restinga de Bertioga e a Área de Preservação Ambiental (APA) Marinha Litoral-Centro, uma região que contém florestas, restinga e mangues. O objetivo da obra é transpor 2,5 mil litros de água por segundo do Ribeirão Sertãozinho, formador do Rio Itapanhaú, para a Represa de Biritiba-Mirim.
Após as duas negativas, a Sabesp apresentou um plano de monitoramento do Itapanhaú, em que considerou como uma das principais consequências da transposição o aumento da salinidade da água do rio, uma vez que ele passa próximo do mangue. A redução do volume de água doce devido à retirada, leva à entrada de mais água salgada, que pode prejudicar as espécies que vivem no local. Em 24 de junho, a Fundação Florestal abandonou as críticas ao projeto e deu aval à obra.
O Grupo de Atuação Especial do Meio Ambiente (Gaema), do Ministério Público Estadual, estuda ações sobre o processo. O promotor do Gaema Ricardo Castro questionou à Cetesb se a quantidade de água que vai ser retirada justificaria a degradação ambiental. E se a Sabesp não deveria melhorar o combate às perdas de água tratada na região do sistema Alto Tietê.
Na região do Alto Tietê, o índice de perdas na distribuição pela Sabesp é de 33,8%. A companhia perde 3,8 mil litros por segundo dos 11,45 mil l/s produzidos. Mais do que a empresa pretende captar do Rio Itapanhaú: 2,5 mil l/s.
http://www.redebrasilatual.com.br/ambiente/2016/07/alckmin-quer-autorizacao-para-transposicao-de-agua-em-regiao-preservada-de-mata-atlantica-7812.html
Recursos Hídricos:Abastecimento
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