Paraíba do Sul receberá nova vegetação

Paraíba do Sul receberá nova vegetação

Claudio Motta

RIO - O Rio Paraíba do Sul, principal responsável pelo abastecimento de água de cerca de 80% da Região Metropolitana, começará, a partir de qunta-feira, a ter a vegetação de suas margens reflorestadas com Mata Atlântica, no trecho em que corta as cidades de Valença, Barra do Piraí e Vassouras, no Sul Fluminense. A meta é recuperar 50 hectares das Áreas de Preservação Permanente (APPs), tanto as florestas das margens como dos topos de morros e de encostas íngremes.
Moradores serão treinados para fazer o plantio
O projeto "Cílios nos Olhos D'Água, Renasce o Verde", patrocinado pela Petrobras, pretende ainda criar corredores ecológicos entre áreas protegidas na região, unindo o Parque Estadual da Serra da Concórdia ao Parque Natural municipal do Açude da Concórdia. Serão criados viveiros para 110 mil mudas e capacitadas 90 pessoas de comunidades locais para a coleta de sementes e manutenção dos viveiros.
De acordo com a coordenadora geral do projeto e diretora executiva do Instituto Ipanema, Ninon Machado, os trabalhos serão realizados por dois anos e envolverão produtores locais. E haverá, por parte da Petrobras, acompanhamento das áreas replantadas.
- Vamos formar um corredor ecológico para que, depois, a natureza faça a sua parte. E também teremos capacitação de pessoas para que haja novos arranjos produtivos e novas possibilidades de serviços ambientais. Protegeremos nascentes e a vegetação das margens do rio, que preservam o curso de água da mesma forma como os cílios fazem com nossos olhos - disse Ninon.
A presidente do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), Marilene Ramos, explica que a vegetação das margens do rio é fundamental para garantir volume e qualidade da água:
- A recuperação da mata ciliar de todos os rios e, sobretudo, do Paraíba do Sul, nosso principal manancial, é uma absoluta prioridade. Por isso temos desenvolvido o conceito de parques fluviais que, em geral, tem como principal objetivo a recuperação dessa vegetação das margens, que permite a qualidade da água e a biodiversidade. A vegetação da margem se transforma em alimenta para muitas espécies que sobrevivem na água.
A região do Médio Paraíba do Sul sofreu degradação as plantações de café, a pecuária extensiva e a urbanização desorganizada. Os valores do projeto não foram divulgados pelos organizadores.

O Globo, 04/05/2011, Rio, p. 20

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