Cidade com maior índice é Teodoro Sampaio, onde fica o Morro do Diabo.
Levantamento foi feito pela Fundação SOS Mata Atlântica e pelo Inpe.
O Oeste Paulista possui 134.441 hectares de Mata Atlântica, segundo o levantamento da Fundação SOS Mata Atlântica e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), no período de 2013 a 2014. Os dados pertencem ao Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica e foram divulgados em alusão ao Dia Nacional da Mata Atlântica, comemorado nesta sexta-feira (27).
De acordo com o ambientalista Djalma Weffort, presidente da Associação em Defesa do Rio Paraná, Afluentes e Mata Ciliar (Apoena), os remanescentes são os fragmentos florestais que escaparam da ocupação. A cidade com maior área remanescente no Oeste Paulista é Teodoro Sampaio, com 27%. Em seguida, aparecem Paulicéia (11%), Salmourão (11%), Monte Castelo (10%), Narandiba (10%) e Ouro Verde (9%).
"Teodoro Sampaio possui o Parque Estadual do Morro do Diabo, que é regularizado ambientalmente porque tem mais de 20% de área preservada fora as APPs [Áreas de Preservação Permanente]. Em geral, os municípios com essa porcentagem maior possuem alguma área de preservação, como Salmourão, que possui as corredeiras com as florestas no entorno, e Ouro Verde, que tem o Parque Estadual do Rio do Peixe, por exemplo", explica.
O ambientalista fala ainda que as cidades que possuem unidade de conservação são beneficiadas com o Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) Ecológico. "Há esse repasse do governo estadual para os municípios. Por isso, a conservação das matas e florestas faz bem para toda a sociedade, a fauna e a flora e para as prefeituras, que ganham recursos", salienta.
Já entre os municípios com menos remanescentes estão Nova Guataporanga (0%), Alfredo Marcondes (1%), Pracinha (1%), Adamantina (2%), Álvares Machado (2%), Mariápolis (2%), Nantes (2%), Parapuã (2%), Regente Feijó (2%), Sagres (2%) e Tupi Paulista (2%).
Conservar e preservar
Weffort pontua que todos os municípios do Oeste Paulista deveriam ter um índice próximo ao de Teodoro Sampaio e é necessário, além de preservar o remanescente, ampliar as áreas. "É possível ampliar a mata nas margens dos rios e fazer corredores ecológicos. Nossa região é considerada uma das mais pobres, por conta dessa supressão florestal, do modelo econômico que devastou", enfatiza.
Ele também frisa que é preciso um esforço da sociedade, dos proprietários rurais, dos governantes e do setor privado para "inverter a curva da destruição". "Ficamos por mais de 500 anos derrubando as florestas e agora temos de inverter essa curva e começar a recuperar. Conservar o que existe é importante, mas só isso não basta", alerta.
Apesar de ser uma região com área reduzida de Mata Atlântica, Weffort relata que há uma diversidade de espécies no Oeste Paulista. "É um índice reduzido, mas muito rico, com espécies dessa transição da Mata Atlântica para o cerrado. Temos uma grande biodiversidade, mas que precisa de uma ajuda da sociedade para conservação e recuperação", diz.
Essa ação para reverter o cenário atual o ambientalista enfatiza que é um projeto para as próximas gerações. "É para 100, 200 anos. Essa geração precisa agarrar essa ideia e começar a trabalhar. A boa notícia é que a sociedade está mais ligada nas questões ambientais", finaliza Weffort.
http://g1.globo.com/sp/presidente-prudente-regiao/noticia/2016/05/mata-atlantica-ainda-sobrevive-em-134-mil-hectares-no-oeste-paulista.html
Mata Atlântica:Desmatamento
Related Protected Areas:
- UC Morro do Diabo
- UC Rio do Peixe
As notícias publicadas neste site são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.