Corrimão de aço e telas de proteção são usados para conter impacto na vegetação em Itacoatiara
A implantação do apoio foi feita pelo Parque Estadual da Serra da Tiririca (Peset)
O Globo - Por Luana Souza
Itacoatiara recebeu nos últimos dias duas intervenções de preservação ambiental. Na orla, telas estão sendo colocadas num trecho de 300 metros para proteger a vegetação. Já no Costão, uma das trilhas mais exploradas da Região Oceânica, a paisagem está diferente: um cabo de aço foi instalado na pedra para ser usado como corrimão.
A implantação do apoio foi feita pelo Parque Estadual da Serra da Tiririca (Peset) com ajuda da Federação de Esportes de Montanha do Rio de Janeiro (Femerj) e do Clube Niteroiense de Montanhismo (CNM). A ideia é frear o impacto ambiental gerado pelo alto número de pessoas que fazem a trilha, já que o trecho pela rocha é mais difícil e exige maior preparo físico.
- As pessoas usavam a vegetação como apoio, e isso gerou um alargamento da trilha - explica o diretor do CNM, Leandro do Carmo.
Apesar de a intervenção ser um forma de preservar a região, há profissionais que questionam a implantação do corrimão. De acordo com Luana Rangel, geógrafa especialista em ecoturismo e conservação, qualquer instalação de uma estrutura pode representar um impacto quando não há planejamento adequado:
- O impacto na rocha é muito menor do que no solo, devido à resistência do material. Acredito que, agora, não veremos impactos significativos. Mas se não for realizado monitoramento das condições da estrutura podem ocorrer degradações e deterioração.
Já o guia de turismo Marcos Rabello defende que a utilização do corrimão não é necessária para as pessoas que já praticam o esporte e lembra que muitos se aventuram numa trilha difícil sem estar preparados para isso:
- Há um boom de pessoas querendo subir o Costão para tirar fotos. Se fosse respeitado o grau de dificuldade que a trilha tem, não seria preciso instalar esse corrimão.
O Peset já tentou o uso de placas educativas, cercas, limitação de pessoas na trilha, mas nada funcionou.
- Essa foi a última opção. Há muita gente que não está preparada e quer subir, seja de que maneira for. Ignoravam cercas, placas e subiam destruindo a vegetação nas laterais - lamenta Carmo.
A colocação do suporte foi estudada durante mais de seis meses antes da implantação.
- Se deixássemos como estava, o que sobrou da vegetação seria afetado. Não foi uma decisão fácil. Reuniões foram feitas, e tudo foi aprovado pelo parque - conta Carmo.
A intenção é que agora as laterais da trilha sejam preservadas e que a natureza tenha tempo de se recompor. Enquanto isso, será feito um trabalho de reflorestamento no local.
Na praia, o objetivo da instalação das cercas é impedir que banhistas acessem a praia pela vegetação de restinga.
- Desde dezembro, estamos conversando com a Sociedade de Amigos e Moradores de Itacoatiara (Soami), que fez um levantamento das partes mais sensíveis por conta de caminhos alternativos criados na restinga - diz a secretária municipal de Conservação e Serviços Públicos, Dayse Monassa.
https://oglobo.globo.com/rio/bairros/corrimao-de-aco-telas-de-protecao-sao-usados-para-conter-impacto-na-vegetacao-em-itacoatiara-22360756
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