Na reportagem especial dessa semana, o Diário do Nordeste irá levar você para um mergulho radical nas límpidas águas do Parque Estadual Marinho da Pedra da Risca do Meio. Preparem-se para uma viagem fantástica a um mundo onde, ao ser humano, é reservado apenas a contemplação e a preservação.
O Parque Estadual Marinho da Pedra da Risca do Meio está localizado a cerca de 10 milhas de Fortaleza e compreende uma área de 33km². Com uma profundidade média de 18m e visibilidade de 15m, o lugar configura um verdadeiro convite a um mergulho de rara beleza.
A água sempre quente, com temperatura média de 27C e uma rica biodiversidade tornam esse paraíso submerso um dos locais mais apreciados para o mergulho em toda a costa nordestina, sendo conhecido por mergulhadores do Brasil e de todo o mundo. A viagem para a Pedra da Risca, como o Parque é popularmente conhecido entre os mergulhadores, começa na Praia do Mucuripe, em Fortaleza.
Uma hora e meia após a partida, chega-se ao local onde o barco fica ancorado. E tão logo se chega, já dá pra perceber que estamos em um lugar divino. À primeira vista, aqueles que estão se iniciando no esporte podem até ficar assustados com o fato de não terem nenhuma referência externa visível, como montanhas ou até mesmo prédios. Apenas água e céu para onde quer que se olhe. É sem dúvida uma situação extrema e radical e ao mesmo tempo, de intensa paz e tranquilidade.
Assim que se chega, os mais novos, aqueles que estão ali para serem batizados, ficam recebendo as últimas instruções para, enfim, terem uma das experiências mais intensas e incríveis da vida. Um batismo de mergulho, por si só, é uma experiência fantástica. E na Pedra da Risca do Meio então, é algo que se aproxima do surreal. É algo que todos devem vivenciar.
Ao experimentar a verdadeira adrenalina de uma vivência sub-aquática e ser confrontado com as várias espécies da fauna e da flora oceânica cearense, o aluno encontra-se numa situação de deslumbramento, propícia para que nele seja introduzido os conceitos da responsabilidade ambiental, um aspecto muito importante para os instrutores da Atlântida Esporte & Aventura, nossos guias nessa empreitada subaquática.
Isso ocorre devido ao fato de, no mar, serem encontradas algumas das criaturas mais estranhas e curiosas do planeta. Os peixes que são avistados encantam, até mesmo, os mais acostumados à vida marinha. O fato de estarmos em águas tropicais e pouco profundas garante a presença de vários peixes de cores vivas e vibrantes, um espetáculo para os olhos.
Mas é na hora que se avista o maior predador dos mares que o aluno sente que está em uma atividade radical. Quando aparece um tubarão é impossível evitar a descarga de adrenalina no sangue. Mergulhar na presença de tubarões é um dos momentos mais extremos que um mergulho pode proporcionar.
Na Pedra da Risca, podemos encontrar facilmente tubarões lixa, passeando calmamente entre os peixes, os corais e pelos mergulhadores.
Para os novatos, é aquele momento de prender a respiração e tentar não deixar o coração sair pela boca. Para os mais habituados é apenas mais um peixe. Mesmo sabendo que em lugares que mantêm o equilíbrio ambiental a possibilidade de um ataque de tubarão é remota, essa possibilidade existe, é real e não pode ser descartada.
Por isso mesmo, os alunos são orientados a não fazerem movimentos bruscos nem tocar nos tubarões. É relaxar e aproveitar a beleza do lugar.
SABEDORIA
Seu Gonça: técnica e experiência
A nossa aventura teve a gratificante presença do Gonça, o mergulhador mais antigo do Ceará. Ele, que faz parte do projeto Atlântida, ressalta que a Pedra da Risca é um dos melhores locais do Brasil e do Mundo para a prática do esporte: "Eu conheço muito bem Fernando de Noronha e posso afirmar com propriedade que no Parque Estadual Marinho da Pedra da Risca do Meio encontramos uma biodiversidade muito mais rica que no arquipélago conhecido como Esmeralda do Atlântico", relata o Tenente Gonçalves, mais de 30 anos dedicados ao mergulho de salvamento no Corpo de Bombeiros.
Segundo Edu Franklin, instrutor da Atlântida, o desenvolvimento da responsabilidade ambiental nos alunos é um dos principais objetivos do projeto. Ele garante que ao ser exposto ao mundo marinho, uma nova dimensão para quem vive acima do nível do mar, fica muito mais predisposto e sensível às questões a respeito da importância da preservação dos mares.
"Logo que os alunos descem os primeiros metros, é possível perceber o êxtase em seus semblantes. A impressionante quantidade de peixes revela um novo mundo para quem nunca tinha vista nada parecido fora da tela da TV. Os olhos ficam esbugalhados, quase saltando das máscaras, o coração dispara e o cérebro é inundado pela endorfina, substância que proporciona uma incrível sensação de prazer. E à medida que o mergulho vai ficando mais profundo a biodiversidade marinha vai comprovando que não é nenhum exagero considerar o local como o Caribe do Mergulho Brasileiro. É nessa hora que aproveitamos para mostrar a ameaça do lixo existente no fundo do mar aos alunos. É uma questão muito séria, pois, como é um problema que quase ninguém vê, seu enfrentamento torna-se muito mais complicado", relatou Edu Franklin.
PARAÍSO SUBAQUÁTICO
O Ceará no mapa dos mergulhadores
O Ceará guarda muitas outras surpresas para quem queira mergulhar nessa viagem ao fundo do mar, pois, aqui encontramos uma biodiversidade marinha muito especial por estarmos em uma zona de convergência. Esse fato faz com que encontremos espécies marinhas tropicais, que somente podem ser visualizadas em regiões caribenhas.
A existência de vários pontos de mergulhos no estado acaba por nos transformar em um grande Parque Ambiental Marinho, composto por naufrágios e recifes naturais, como por exemplo o Navio do Pecém. Um naufrágio ocorrido no período da 2 Grande Guerra, que foi torpedeado pelo submarino alemão U-Boat 507. Encontra-se à 17 milhas da costa rumo ao Porto. Até poucos anos atrás ainda podia ser vista a caldeira desse navio, que batiza a praia onde foi construído o Complexo Portuário no local.
Outros pontos indicados para mergulho são o Naufrágio do Titanzinho e de Siqueira Campos. O mergulho nos recifes naturais da Cachoeirinha. Vale a pena ressaltar que existem vários pontos de mergulho em toda a costa cearense.
http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=844303
UC:Parque
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