Moradores do Bairro do Itapiracó estão reclamando dos transtornos causados pela falta de cerca no entorno da Área de Proteção Ambiental (APA), situada na Avenida 1, Quadra 1, Lote 2, na respectiva comunidade. Segundo os populares, a cerca que deveria ficar do lado direito do APA só foi iniciada, o que deixou o local desprotegido e propício à ação de marginais, que se escondem em meio à mata, bem como algumas pessoas que utilizam a área como depósito de lixo e entulho. A APA possui uma área de 322 hectares e é formada por um conjunto de elementos nativos como fauna e flora, além de duas nascentes que deságuam em bairros próximos, como Cohatrac e Parque Vitória, originando o Rio Paciência.
Segundo o comerciante Francisco de Assis Ericeira, que já reside no local há mais de 10 anos, a Área de Proteção Ambiental deveria ter passado por duas etapas, mas apenas uma delas foi inaugurada, no final do governo de José Reinaldo Tavares. Ele disse que os governos seguintes, que deveriam dar sequência ao projeto, abandonaram o local e mantiveram apenas o que já foi deixado pronto. "Não dá para fazer caminhada dentro da APA porque corremos o risco de sermos assaltados dentro da área; afinal, a ausência da cerca acaba facilitando a entrada de marginais que se escondem em meio à mata. Muita gente usa as laterais, onde deveria haver a cerca, para jogar lixo, entulho e até animais mortos. Outros desmatam ou queimam a mata para fazer espaços de conversas e lazer em frente às suas residências, pois não tem nada que os impeça", declarou.
Para Francisco de Assis, a Reserva do Itapiracó é de suma importância dentro da zona urbana de São Luís, uma vez que o projeto possibilitou que a área fosse preservada para todas as gerações. Ele disse que o projeto deveria contemplar, além da preservação do local, o centro de preservação e educação ambiental e trilhas ecológicas que permitissem visitação ao parque. "Porém, apesar do policiamento florestal que foi implantado para a proteção não somente da área, mas também de todos aqueles que desejarem visitar o local, os frequentadores não se sentem à vontade para fazer suas caminhadas diárias, sob a alegação da ausência do restante da cerca", disse.
O morador João Cunha Silva, residente na área há 20 anos, afirmou que a APA foi um resultado de parceria entre a Alumar e várias entidades da sociedade civil organizada. E ressaltou que, quando o espaço estava sendo construído, sua finalidade seria para a visitação pública, lazer e a realização de oficinas e eventos relativos ao meio ambiente, além de intercâmbio com as universidades e escolas. "Guardo até hoje as matérias que foram publicadas na época que afirmaram que a gestão compartilhada com a Alumar garantiria a interação com a sociedade de modo geral para que houvesse o desenvolvimento sustentável. O projeto total havia sido orçado em R$ 2 milhões, que seriam investidos na construção de uma área voltada para o desenvolvimento ambiental e para a melhoria de vida das comunidades vizinhas. É uma pena que a governadora não tenha dado prosseguimento com os trabalhos iniciados por José Reinaldo; a proposta dele era boa. Faltou apenas sequência dos outros gestores", afirmou.
Outro lado - A redação do Jornal Pequeno tentou manter contato com a assessoria de comunicação da Secretaria Estadual de Meio Ambiente, por meio de telefone, mas não obteve sucesso. No entanto, o espaço fica aberto para os esclarecimentos que a Sema achar necessários.
http://www.jornalpequeno.com.br/2010/9/5/moradores-reclamam-da-falta-de-cerca-na-reserva-do-itapiraco-130583.htm
UC:APA
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