Polícia Militar Ambiental apreende madeira nobre extraída ilegalmente

Rondoniagora - http://www.rondoniagora.com/ - 01/08/2017
Em cinco dias de operação, especialmente de madrugada, numa área de 170 hectares desmatados, o Batalhão de Polícia Militar Ambiental (BPM) de Rondônia apreendeu 1.355 metros cúbicos in natura e em toras, 69 estéreos de lascas, e recolheu 11 caminhões, duas motosserras, três aparelhos de radiocomunicador e um trator. "Trabalhamos desde a semana passada nesta região e continuaremos a fiscalização esta semana", disse hoje (31) o subcomandante do BPM, capitão Davi Machado Alencar.Segundo ele, os carregamentos seguiam para Cujubim, de forma ilegal, para serem "esquentados" nos saldos de madeireiras e comercializadas de forma ilegal.

Em junho deste ano, fiscais da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Ambiental (Sedam) bloquearam as atividades de quatro empresas madeireiras nos municípios de Itapuã do Oeste, Buritis, e no distrito de Vista Alegre do Abunã, autuando-as pela comercialização "apenas de seus saldos virtuais". Elas fraudaram Documentos de Origem Florestal (DOFs) válidos por cinco dias, que somaram a liberação de 21 mil m³ de madeira, originando autos de infração de R$ 6,3 milhões.

A operação em Machadinho d'Oeste terá a duração de 12 dias. Laudos de infração totalizaram R$ 1 milhão 657 mil 190. O pátio da Base Ambiental de Machadinho do Oeste lotou e por essa razão o BPM lavrou termo de fiel depositário com as prefeituras de Cujubim, Theobroma e Vale no Anari. Quinze pessoas foram conduzidas à Base.

"Os caminhões foram devolvidos e confiados aos próprios donos", informou o subcomandante.

MADEIRA NOBRE

Além de pau ferro, a operação também apreendeu quantidades de angelim, ipê, jatobá, jequitibá pequi, pequiá, roxinho, e tauari, todas elas de grande valor comercial. Pau ferro ou jucá , por exemplo, é uma árvore de grande porte, das mais densas no Brasil e nas Américas.

O tronco do ipê é também uma das mais cobiçadas madeiras na Amazônia Ocidental Brasileira. O angelim vermelho, também pesado, é muito usado na construção de cruzetas, esteios, estacas, dormentes, mourões, postes, pontes, entre outros. Na construção civil serve para vigas, caibros, ripas, tacos, tábuas para assoalhos, marcos de portas e janelas, paredes divisórias, degraus de escadas, cabos de ferramentas e implementos agrícolas, carroceria e vagões de trens; em construção naval e obras portuárias.

Nessa operação, o BPM fechou uma serraria que trabalhava com madeira extraída ilegalmente; apreendeu um trator, duas motosserras, e três aparelhos de radiocomunicação ilegais [com frequência não autorizada] usados por motoristas toreiros e outros empregados.

A empresa que teve suas atividades paralisadas recebia madeira da conhecida "região do soldado da borracha", referência à Linha do Chaule, acesso à reserva Extrativista Rio Preto-Jacundá.

Se nas rodovias asfaltadas, aparelhos da radiocomunicadores - antigos nas estradas brasileiras - auxiliam alguns caminhoneiros a burlar a fiscalização da Polícia Rodoviária Federal, em estradas "perdidas" na floresta amazônica, sua eficácia é igualmente comprovada.

Útil para outras situações de necessidade dos condutores de diversos veículos, em Rondônia eles têm servido para burlar a fiscalização da Sedam, PM, Ibama e BPM. Segundo o capitão Davi Alencar, o uso desses aparelhos dá alguma facilidade aos caminhoneiros quando querem fugir de flagrantes com madeira ilegal ou drogas.

EM SEIS MESES, 356,4 MIL M³

No período de seis meses, de 1o de janeiro até 30 de junho, com 363 laudos de apreensão lavrados e aplicação de R$ 12,4 milhões de multas, o Batalhão de Polícia Militar Ambiental de Rondônia (BPM) apreendeu 2,51 milhões de metros cúbicos de toras; 356,4 mil m³ de madeira serrada; 363,2 mil m³ de lascas; e 78,1 mil metros estéreos de carvão.

Em 1.035 ocorrências, policiais do BPM lavradas no setor florestal pelo BPM constataram-se 550,29 mil hectares de áreas desmatadas. Sem contar as apreensões feitas na semana passada, foram autuados condutores de 134 caminhões. Também apreendidos, esses veículos voltaram às mãos de seus proprietários, em audiência judicial.



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