Chapada Diamantina: Incêndio na Serra do Tromba é controlado após 5 dias

Correio - https://www.correio24horas.com.br - 14/09/2018
Chapada Diamantina: Incêndio na Serra do Tromba é controlado após 5 dias
14/09/2018

Mario Bittencourt

Serra do Tromba, onde ocorreu o incêndio, é onde estão as nascentes do Rio de Contas,

Após cinco dias de devastação da mata nativa, o incêndio na Serra do Tromba, em Piatã, na Chapada Diamantina, foi finalmente controlado, informou o Corpo de Bombeiros da Bahia, em comunicado divulgado na noite desta quinta-feira (13).

"As equipes, compostas por 20 Bombeiros Militares da Bahia, e por brigadistas das cidades de Piatã e Abaíra, vão continuar monitorando de forma minuciosa, percorrendo todo o perímetro por aproximadamente 72 horas", diz o boletim.

O monitoramento é necessário porque, segundo explica o Corpo de Bombeiros, "a região é rica em nascentes e tem muita matéria orgânica no subsolo, podendo ocorrer incêndio subterrâneo".

O comunicado diz ainda que "ainda não se sabe as causas do incêndio" e não informa o tamanho da área atingida. A Secretaria de Agricultura de Piatã, sem citar números precisos, estima que centenas de hectares foram atingidos pelas chamas.

A Serra do Tromba, onde ocorreu o incêndio, é onde estão as nascentes do Rio de Contas, que passa por 14 cidades da Bahia, até desaguar no mar, em Itacaré, no Sul do estado.

Ela fica dentro da Área de Relevante Interesse Estadual Nascente do Rio das Contas, uma área de preservação permanente e de 4.777 hectares, entre as cidades de Piatã e Abaíra. As nascentes não foram atingidas pelas chamas.

No Norte da Bahia, também está controlado, desde terça-feira, o fogo no Parque Nacional do Boqueirão da Onça, que teve uma área equivalente a mais de 3 mil campos de futebol destruído pelas chamas. No total, o parque tem 851 mil hectares.

Entre 1985 e 2017, segundo informações da ONG Observatório do Clima, quase 4 milhões de hectares de florestas baianas foram perdidas por conta de incêndios e desmatamentos ilegais, seja para exploração de madeira ou criação de pastos.

Em 2017, foram registradas ocorrências de incêndios em toda Bahia, sendo as maiores em Pilão Arcado, Formosa do Rio Preto, Correntina, São Desidério, Santa Rita de Cássia, Barra, Barreiras, Jaborandi, Cocos, Riachão das Neves, Luís Eduardo Magalhães, Rio do Pires, Piatã e Rio de Contas.

Ainda de acordo com o Observatório do Clima, os municípios com mais focos de calor (incêndios ou queimadas) durante os últimos dez anos são Formosa do Rio Preto, São Desidério, Santa Rita de Cássia, Barra, Cocos, Correntina e Cotegipe, no Oeste baiano.

Responsável por fiscalizar e autuar incêndios em áreas de florestas nacionais, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), informou que entre 2012 e 2017 foram aplicadas apenas 6 autos de infração que resultaram em R$ 77 mil em multas.

Procurada pelo CORREIO para informar sobre autos de infração em áreas ambientais estaduais, o Instituto do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Inema) não respondeu.

Na noite desta quinta-feira, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) registrava 414 focos de calor nas últimas 48 horas na Bahia. Os municípios com maiores focos são Bom Jesus da Lapa (62), Pilão Arcado (49) e Mansidão (36).

Como nesta época do ano está proibido pelo Inema a realização de queimadas controladas - a proibição vai de julho a dezembro -, o mais provável é que os focos de calor sejam incêndios.

De acordo com o Inpe, os dados históricos apontam que os piores meses para incêndios na Bahia são os de setembro e outubro. De 1o de janeiro até esta quinta-feira, o Inpe registrou no estado 27.947 focos de calor.

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