Fogo no Parque Nacional

CB, Cidades, p. 31 - 07/06/2006
Fogo no Parque Nacional
Durante quatro horas, chamas com até 5m de altura consumiram 25 hectares da área de proteção ambiental. Espécies nativas foram destruídas

Um incêndio, de causa até agora desconhecida, consumiu aproximadamente 25 hectares do Parque Nacional de Brasília. O fogo começou por volta das 13h de ontem e levou quatro horas para ser controlado. Mas os bombeiros do 4ª Batalhão de Incêndio da Asa Norte prometiam ficar no local até que fosse completamente dissipado o risco de as chamas se reacenderem. "Manteremos um plantão aqui durante a noite porque é um incêndio de grande proporção", afirmou o tenente-coronel Vanderlei Faria, responsável pela operação de combate à queimada nas proximidades das piscinas da Água Mineral.

A área queimada da floresta nacional, que tem 30 mil hectares em sua totalidade, eqüivale a 20 campos de futebol. O lugar é rico em vegetação nativa do cerrado. Espécies como arbusto camelo de ema, pequi, palmeiras e aroeiras foram atingidas. É provável ainda que alguns animais da fauna brasiliense, como o tamanduá-bandeira, não tenham conseguido escapar das labaredas, que alcançaram a altura de 5m.

O estrago só não foi maior porque os cerca de 30 bombeiros - auxiliados por servidores da Coordenação de Controle de Incêndio do Parque Nacional, voluntários e pelo helicóptero da corporação - impediram que as chamas atingissem a Reserva Biológica Unidade de Conservação de Contagem, que faz divisa com o Parque Nacional. A reserva tem acesso restrito e, portanto, biodiversidade maior que a do parque.

Apreensiva com o risco iminente de as chamas se alastrarem até a área da reserva, a coordenadora do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Isa Sampaio, se comunicava freqüentemente com um servidor do parque, que atuava na área queimada. Para ela, o incêndio foi criminoso. "É remota a possibilidade de combustão espontânea", afirmou.

A suspeita de Isa é reforçada por um professor de biologia que ajudava os bombeiros no combate ao fogo. Marcel Voos, 39 anos, tinha acabado de dar aula no Centro de Ensino Fundamental do Lago Oeste. Ele voltava de carro pela DF-001 quando viu o primeiro foco de incêndio, na beira da pista em frente à Rua 4. Segundo Voos, mais adiante havia um grupo de alunos. "Acredito que foram eles os responsáveis pelo incêndio", apontou. "É uma pena o que aconteceu aqui." O laudo que apontará a causa do fogo será divulgado em 15 dias.


CB, 07/06/2006, Cidades, p. 31
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