Site O Eco - 06/11/2007
O parque conta com apenas três servidores do Ibama para cuidar de 873 mil hectares espalhados pelas divisas dos estados do Amazonas, Rondônia e Mato Grosso
No Brasil, quando um parque é criado, mexe-se profundamente com os interesses locais. Logo começam movimentos de migração, invasão, desmatamentos, pressões e reivindicações pela terra pública que agora, na prática, não é mais terra de ninguém. Acontece em regiões densamente ocupadas e também onde menos se espera, na remota divisa entre os estados de Rondônia, Amazonas e Mato Grosso, onde em junho de 2006 o governo federal criou o Parque Nacional dos Campos Amazônicos.
Em um ano e meio, eclodiram focos de calor na floresta, extensas derrubadas, estradas clandestinas e até casos de trabalho escravo. Intensificaram-se ações de uma entidade representante dos supostos moradores do parque, que cismou que pode reivindicar manejo florestal dentro da unidade de conservação de proteção integral. Pede ainda que 80 mil hectares deixem de ser parque. Para completar, veio à tona um projeto de construção de hidrelétrica na zona de amortecimento; a área de alagamento atingiria o interior do parque.
Com apenas três servidores do Ibama, que ainda não foram nomeados para o Instituto Chico Mendes, a administração do Parque Nacional dos Campos Amazônicos iniciou em agosto deste ano sobrevôos de reconhecimento da área protegida, quando flagrou todas essas ameaças. Agora em novembro, acontece mais uma ação deste tipo. Haja combustível, recursos e tempo para pelo menos conhecer os 873 mil hectares do parque, retalhados em três grandes pedaços e separados pela famosa Rodovia do Estanho.
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